Posted by Unknown on segunda-feira, maio 29, 2017 in Empreendedorismo | No comments
A característica principal dos empreendedores é
sua obstinação em gerar novos negócios e produtos. Sem empreendedores, uma
nação cairia no ostracismo econômico. Poderíamos dizer que os empreendedores são
o pulmão econômico de uma nação.
Entretanto, por falta de preparo ou de erros de
avaliação, muitos novos negócios ou produtos geram enormes prejuízos para o
investidor. Como minimizar o risco de um empreendimento?
Além dos aspectos gerais envolvidos (tecnologia
disponível, mercado consumidor, logística e distribuição, etc.), no plano
financeiro posso citar que a viabilidade de um negócio é determinada por:
1. Lucratividade (Preço - Custos), em relação aos
produtos ou serviços concorrentes ou similares.
2. Necessidade de Capitais (Giro e Fixo)
adicionais para o novo negócio ou produto.
Normalmente, no plano "lucratividade",
pode-se ter a impressão que todo produto é lucrativo, pois a visualização geral
do mercado ("eles estão no mercado há décadas e ainda estão
vendendo") falseia a análise.
Lucratividade não é uma avaliação subjetiva,
depende dos fatores preço e custo. E, no custo, é que se encontram os maiores
erros de avaliação, esquecendo-se de computar custos indiretos ou invisíveis,
como custo de capital (juros), tributos, aumento dos custos fixos (aluguéis,
instalações, administração, etc.), despesas de promoção e lançamento, etc.
Nem sempre um produto que está no mercado gera
lucros suficientes. Ocorre que grandes corporações mantêm produtos com diferentes
lucratividades - um produto mais lucrativo subsidiando outro não tanto -
estrategicamente estabelecido para evitar novos concorrentes (é que eu chamo de
"guerra de preços preventiva").
Quanto à necessidade de capitais para um novo
empreendimento (ou a pesquisa, lançamento e produção do novo produto ou
serviço), há empreendedores que deixam este assunto para o "departamento
financeiro" resolver, e quando chega a hora... dívidas e mais dívidas para
bancar o investimento, a juros altíssimos!
O gestor contábil tem muito a colaborar com o
empreendedor, nesta tarefa. Pode ele, com sua experiência, listar os itens de
custos mais comuns de um empreendimento, tentando mesurá-los de forma adequada
(como aluguéis, energia, salários, encargos sociais, supervisão, comunicações,
taxas, impostos, administração). Um bom gestor contábil utiliza-se de elementos
históricos presentes na contabilidade da organização para facilitar sua tarefa.
Para aqueles itens que não há base histórica, pode utilizar-se de previsões orçamentárias,
obviamente respaldadas em opiniões profissionais (como engenheiros de
produção).
Vou dar um exemplo bem simples, que poderá
facilitar a compreensão do leitor: determinado empreendedor pensa em lançar o
produto "X", que tem similares no mercado, ao preço de R$ 10,00 a
unidade, no mercado atacadista.
Após associarem-se todos os custos relacionados
ao produto a ser lançado, o gestor concluiu que os custos de produção, somados
ao de administração e comercialização + tributos + custo de capital, importariam
em R$ 9,50 a unidade.
Além disso, para manutenção de estoques e
investimentos no lançamento do produto (como novas máquinas), haverá uma
estimativa de R$ 100.000,00 de capitais adicionais.
A decisão a tomar é: os R$ 0,50 de lucro unitário
(R$ 10,00 do preço de venda médio menos R$ 9,50 dos custos totais)
justificariam o investimento adicional de R$ 100.000,00? Quanto tempo
retornaria ao caixa do investidor esta quantia, considerando o lucro existente?
Qual o mínimo de vendas (em unidades) que suportariam tal estratégia?
Desta forma, medindo e questionando, o índice de
fracassos nos negócios pode ser minimizado. Faça seus cálculos!
Júlio César Zanluca é Contabilista e autor do Manual de
Contabilidade Gerencial.
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